O Departamento de Estado de Trânsito do Pará (Detran) retomou o atendimento ao público após recesso iniciado no dia 31 de dezembro de 2010. O primeiro dia foi tumultuado. Longas filas se formaram até na lanchonete da instituição. O espaço não comportava todas as pessoas adequadamente, deixando muitos visitantes de pé, esperando por mais de uma hora. Pelos corredores, muitos se escoravam nas paredes ou até dormiam. Os principais serviços procurados eram referentes à primeira habilitação, licenciamento e lacre das placas de veículos novos. Era comum ver a expressão de cansaço e frustração no rosto de quem estava perdendo o dia de trabalho ou sono para resolver os primeiros problemas de 2011. Não faltavam reclamações e denúncias sobre esquemas para facilitar o atendimento por um preço. E com toda a confusão, os seguranças garantiam que o movimento estava “calmo”.
Um setores mais lotados era o de lacre e novos veículos. A fila de carros e motos era longa e o tempo mínimo de atendimento foi de 15 minutos. Alguns demoravam mais. Os condutores ficavam numa situação desconfortável com o sol forte da manhã de ontem, principalmente motociclistas. Operário de uma fábrica de papel, Wenderson Valadares, de 30 anos, estava na fila para colocar o lacre na placa da moto que comprou em dezembro de 2010. Para ele, a demanda, por causa do recesso, estava acima da média. “Já vim fazer esse serviço antes e nunca tive tanta dificuldade. Está muito lento e a fila está grande. Fora o sol. Muita gente já desistiu e reclamou. Teve um senhor que até passou mal”, comentou. Mesmo parado, ele não retirava o capacete na tentativa de proteger a cabeça dos raios solares. Muitos disseram que havia pessoas cobrando R$ 40 pelo lacre sem precisar passar pela fila. A reportagem não conseguiu confirmar essa informação.
O vigilante Marco Antônio Silva, de 33 anos, chegou ao Detran às 8h15 (15 minutos após o início do atendimento) e conseguiu a senha número 921 para solicitar a prova de legislação de trânsito para a primeira habilitação. Mais de duas horas depois, 200 pessoas ainda estavam na frente dele na fila de espera. A expectativa dele de sair era pelo menos às 13 horas. “A única coisa que está funcionando rápido mesmo é o balcão de informações, porque todo o resto do atendimento está muito lento”, disse, desanimado. (O Liberal)




