Em reunião do diretório estadual, realizada nesse domingo, 27, o deputado estadual Manoel Queiroz foi expulso do Partido dos Trabalhadores (PT). Queiroz enfrentava um processo interno, acusado de descumprir o estatuto da sigla, causando infidelidade partidária.
A reunião, como o próprio presidente da sigla, Donizeti Nogueira, definiu, foi tensa. Chegou-se a propor que Queiroz recebesse não a pena de expulsão, mas uma “alternativa” – a suspensão das atividades partidárias por tempo indeterminado – mas a maioria dos membros do diretório não aceitou.
Ao apontar porque Queiroz deveria ser expulso, Donizeti argumentou, entre outros, que o parlamentar desrespeitou as regras do partido quando declarou, através da imprensa, seu voto na eleição extemporânea de Augustinópolis – principal motivo do processo pedindo a expulsão do deputado. Na ocasião, o PT apoiava a candidatura do PMDB e Queiroz disse que votaria na candidata do DEM.
“Declarar nos meios de comunicação o seu candidato é fazer campanha”, considerou. Para o presidente, a expulsão significa preservação da integridade da sigla e respeito à disciplina partidária.
Defesa
Entre os que defenderam a permanência de Queiroz na sigla, estavam o prefeito de Palmas, Raul Filho, e a deputado estadual Solange Duailibe, além de líderes de diversas tendências do PT. Raul chegou a argumentar durante a reunião, que enquanto outros partidos políticos estavam preocupados em crescer, o PT estava expulsando filiados. “Só agora estou conhecendo o extremismo do PT, e isso me preocupa”, disse. Para ele, o deputado errou ao deixar de cumprir o estatuto, mas não justificaria a expulsão.
Um dos questionamentos apontados por militantes durante a reunião foi que a deputada Solange também teria tido comportamento semelhante ao de Queiroz. Ao defender o deputado, Raul confirmou que ela “teve sim o mesmo comportamento” quando apoiou candidatura que não era o nome indicado pelo PT em cidade do interior.
Donizeti disse que não chegou ao diretório nenhuma ação contra a parlamentar e que as acusações deveriam ser feitas formalmente para que o partido pudesse se manifestar.
Encerrado o evento, Raul e Solange não quiseram comentar a expulsão. “A nossa indignação é tanta que preferimos nem falar”, disse a deputada estadual.
Já Manoel Queiroz concedeu entrevista à Rádio CT onde afirma que ainda não sabe se vai ou não recorrer ao diretório nacional contra a decisão. Ele teme perder o prazo para filiação sem prejuízos à disputa eleitoral no próximo pleito.
Mandato
Logo após a expulsão, a maioria do diretório acatou “abrir mão” de tomar o mandato do parlamentar. Isso se vencer o prazo para Queiroz recorrer da decisão ao diretório nacional e ele não o fizer. Nesse caso, o diretório estadual vai retirar a ação movida contra o deputado pedido o mandato para o PT. Donizeti, também em entrevista à Rádio CT, negou ter imposto uma condição para não tomar o mandato de Queiroz. (Portal CT – Patrícia Saturno)




