Os trabalhos de escavação para encontrar corpos de desaparecidos na guerrilha do Araguaia começaram esta semana com a participação de geólogos da UnB (Universidade de Brasília). Os pesquisadores irão participar do Grupo de Trabalho Tocantins, coordenado pelo Ministério da Defesa.
Segundo a UnB, os representantes da universidade nas buscas são o professor Welitom Rodrigues, o geólogo Gustavo Melo e o técnico Péricles Brito, do IG (Instituto de Geologia). Eles serão os responsáveis por localizar vestígios de vítimas em locais apontados como possíveis áreas de desovas de corpos.
De acordo com Rodrigues, será utilizado um radar de penetração do solo, um equipamento que indicará os lugares onde houve interferência na terra.
O professor explica que a principal dificuldade no trabalho são as interferências feitas por agricultores que trabalharam no local ao longo das últimas quatro décadas.
“Há lugares apontados como covas que já foram arados ou remexidos por tratores. Isso dificulta a localização das ossadas”, disse ele, ressaltando as chances de sucesso com o uso do radar.
O quarto membro da equipe será o historiador Hugo Studart, que pesquisa a história da guerrilha do Araguaia.
De acordo com o historiador, ainda há 54 guerrilheiros, 18 camponeses e um militar desaparecidos na região da guerrilha, que ocupou praticamente todo o Estado do Pará.
“Montamos uma ouvidoria para conversar com os mateiros e outros sobreviventes que viveram na época da guerrilha para encontrar os terrenos que podem ter restos de vítimas”, afirmou.
De acordo com o Ministério da Defesa, os primeiros locais a serem escavados serão o pátio do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Marabá e a região identificada como Tabocão, também no Pará.




