Palmas é uma cidade com avenidas largas e planas, fatores que contribuem para o excesso de velocidade e imprudência nas vias, principalmente quando se trata de motociclistas. A estimativa do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) é de que 79% dos acidentes que ocorrem na Capital envolvem motociclistas.
Segundo o Detran, de janeiro a abril de 2012, foram registrados 1.355 acidentes em Palmas, sendo 609 sem vítimas, 393 com vítimas, sendo duas fatais. Em 2011, o órgão contabilizou um total de 4.013 acidentes, destes, 2.062 com vítimas, e 21 óbitos. Em todo o Tocantins, somente no ano passado, um total de 11.731 acidentes foi registrado pelo Detran, ou seja, um aumento de 7,67% em relação a 2010, ano que registrou um total de 10.959 acidentes. O aumento vem sendo registrado ano após ano. Em 2010 houve aumento de 9,12% nos acidentes, quando comparado a 2009, ano em que se registrou 10.043 acidentes.
Ainda segundo os dados levantados pelo órgão de trânsito, somente no mês de janeiro de 2012, ocorreram 876 acidentes no Estado. Destes, 404 foram com vítimas. No entanto, o órgão não soube especificar quantos destes acidentes foram com motos.
Motocicletas
Dados do Hospital Geral de Palmas (HGP) apontam que de janeiro a 27 de junho passado, 483 pessoas acidentadas por motocicletas foram atendidas na unidade. Um desses atendidos foi o motorista Klaiton Aparecido Silva Carvalho, 25 anos. O acidente lhe rendeu 26 pontos na cabeça e fraturas no tornozelo. Ele conta que há mais ou menos um mês sofreu um acidente de moto próximo a Palmas. Segundo o motorista, ele foi ultrapassar outra motocicleta na via, momento que ocorreu a colisão. “Eu posso ter sido imprudente, mas o outro motociclista também, inclusive eu acho que ele tinha ingerido bebida alcoólica”, comenta.
E, após o acidente, Carvalho diz que aprendeu uma lição: tomar mais cuidado por si e pelas outras pessoas que trafegam. “No trânsito a gente deve ficar atento por todos porque, às vezes, o erro não é seu, mas se você prestar atenção pode evitar algo pior.”
Detran
O diretor executivo do Detran, Lélio Dias de Sousa, destaca que um dos motivos dos leitos estarem lotados nos hospitais são as motocicletas, maiores causadoras de acidente de trânsito no Brasil e no Estado. “Sabemos que a vulnerabilidade de um passageiro, de um condutor em uma motocicleta é muito grande em relação a acidentes, porque o para-choque é o próprio ser humano que pode ser arremessado”, frisa.
O diretor diz não acreditar que o número de acidentes com motos seja reduzido. Segundo ele, motocicleta é o veículo mais vendido no País. “A facilidade e o preço acessível desse veículo fazem com que mais pessoas adquiram”, completa. Sousa enfatiza que os órgãos de trânsito têm buscado educar esses condutores, através de campanhas e projetos. No Tocantins, ele disse que há programas para isso e um deles se baseia na resolução 358, norma que credencia e regulamenta as autoescolas.
Conforme ele, o projeto do órgão visa, a partir do dia 15 de dezembro deste ano, estabelecer que todas as autoescolas tenham pista própria para a formação de motociclista. “Haverá aulas específicas para o motociclista. A quantidade de horas aula será alterada para ele. No Tocantins, estamos com projeto da construção de uma pista de prova veicular”, diz.
Segundo o diretor, a pista, que fica a 5 km do Detran, e parte do projeto serão entregues até o final deste ano. “Nesse complexo toda avaliação será realmente com mais exigência. Porque hoje a gente sabe que é avaliado em um campo de prova e não é avaliado na rua. É um complexo que a gente pode fazer uma melhor avaliação.”
Educação
Quanto à educação, Sousa ressalta que o Detran está levando para as escolas a importância de um trânsito seguro. Conforme o diretor, até 2014, nove mil professores e 360 mil pessoas serão capacitados neste aspecto. “O alvo principal dessa campanha é direcionada aos motociclistas”, comenta.
O diretor destaca que Palmas tem vias largas, planas e de alta velocidade e isso colabora para que a pessoa se sinta mais livre para não respeitar a velocidade permitida. “São vários fatores e como o número de vítimas é voltado para motociclistas nós queremos focar que o motociclista seja educado. Não adianta ele passar na autoescola, fazer tudo e de repente ele bebe e bate o veículo. É um conjunto de ações que tem que ser combatido”, aposta. (Jornal do Tocantins)




